segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O Procon e o preço do ingresso

A disputa acerca dos ingressos que envolve de um lado o Flamengo (clube finalista da Copa do Brasil) e Procon RJ ainda está longe de ter fim.
 
Para quem não sabe, a Secretaria de Estado de Proteção e Defesa do Consumidor (Seprocon) ingressou com uma ação civil pública no dia 13 de novembro em face do Clube de Regatas do Flamengo por conta dos preços que considerou abusivos para o jogo da final, marcado para o dia 27 no Maracanã. O órgão exigia que os valores cobrados não ultrapassassem 30% do valor habitualmente pactuado ao longo da competição.
 
A secretária responsável pelo Seprocon, Cidinha Campos, resolveu ter seus quinze minutos de fama levando a juízo uma ação completamente descabida, onde o poder público tenta regular eventos privados.
 
Em audiência realizada no dia 21 no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o juiz responsável negou novamente a liminar requerida e manteve o valor dos ingressos cobrados pelo mandante de campo para a final.
 
Supondo a legitimidade do órgão para tal interferência, não entendo porque o Procon Rio demorou tanto a tomar uma atitude, afinal, se considerarmos os eventos privados que têm acontecido na cidade, podemos notar que a Copa do Brasil não é nem de longe o único evento com preços que inviabilizam o comparecimento de todas as camadas sociais, senão vejamos:
 
Ingresso para o show do Justin Bieber no Rio - de R$ 250,00 a R$ 650,00.
Ingresso para o show de Angela Maria e Cauby Peixoto no Rio - R$ 200,00.
Ingresso GP Brasil de F1 - de R$ 695,00 a R$ 2.720,00.
 
O que houve em verdade foi uma tentativa de autopromoção da Seprocon, se aproveitando de um evento com grande clamor social para ingressar na justiça com uma ação intervencionista do poder público em eventos privados....se a moda pega....



2 comentários:

  1. Ótimo texto! Realmente faltam critérios, nesse país, para os casos de legitimidade da intervenção. Para o caso do Maracanã, não podemos esquecer que se trata de um estádio construído e reconstruído com dinheiro público, devendo, no mínimo, ter mais garantias ao povo do que os estádios particulares.

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  2. Concordo com você Guilherme! Mas temos que levar em conta que o estádio recebe pelos eventos que sedia.

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